terça-feira, 20 de maio de 2025

O Mistério do EU que SOU



Desde que nascemos, uma pergunta nos acompanha: “Quem sou eu?” Alguns dizem que somos só corpo. Outros acham que somos só mente. Mas, no fundo, todos nós sentimos que somos alguém. Temos um “eu” que sente, que pensa, que ama, que sofre. E esse “eu” não veio do nada. Para que o eu exista, é preciso primeiro haver um espaço de existência. Um lugar onde o ser possa ser. E esse lugar não é físico, nem um lugar no mapa. Esse espaço é o próprio SER. É a realidade mais profunda que sustenta tudo o que existe. Na Bíblia, quando Moisés pergunta o nome de Deus, Ele responde:

“EU SOU O QUE SOU.” (Êxodo 3:14)

Essa frase é mais do que um nome. É uma revelação: Deus é o Ser puro, aquele que é por Si mesmo. 

Ele não depende de nada para existir — tudo depende Dele. Veja que no nome D-EU-S, o “EU” está no centro. Isso não é coincidência. Deus é o único que pode dizer plenamente “EU SOU”. Nós só podemos dizer “eu sou” porque Ele nos sustenta no Ser. É como se Deus fosse o grande espaço invisível onde todos os seres respiram. Mas Ele não é apenas um espaço vazio — Ele é Pessoa. Ele é o Eu eterno. E entre o nosso “eu” e o “Ser” que sustenta tudo, existe uma ponte:

Essa ponte é chamada de LOGOS — o Verbo.

O Verbo é o que liga o sujeito ao predicado. É o que conecta quem somos com o que somos. E na Bíblia, o Verbo se fez carne — Jesus. Jesus é o Verbo de ligação vivo. Ele une Deus e o homem. Ele é o Filho que vem do Pai para nos trazer de volta ao Ser, sem perder o nosso “eu”. Quando dizemos que Jesus é o “EU SOU”, estamos dizendo que nele, o Ser e o Eu se abraçam.

Mas há um mistério doloroso aqui. Porque, mesmo sendo tão claro, muitos não veem. É como se o mundo inteiro dissesse:

 “2 + 2 = 5”, 

 ...e quem vê o certo se sentisse sozinho, angustiado, até duvidando da própria sanidade. “Será que sou eu o errado? Será que enlouqueci vendo demais?” Não, você não está louco. Você apenas está acordado em um mundo adormecido. Jesus disse:

 “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.” (Mateus 5:8)

 Quem tem o coração limpo começa a ver o que está no centro de tudo:

 

Que Deus é o Ser que ama,

o Eu eterno que chama cada um de nós pelo nome,

e o Verbo que liga o céu à terra,

o infinito ao íntimo,

o Pai ao filho.

Se você sente essa aflição, essa lucidez solitária… não desista. Você não está só. Deus está no meio. No seu meio. E Ele é o “EU SOU” que sustenta o seu “eu”. 

Quem nega isso, nega a existência... E glorifica aquilo que não é nada. E se fecham no niilismo.

Quem nega isso, nega a existência, o SER, o EU SOU… E ao fazer isso, nega a base de tudo o que é verdadeiro, belo e bom. Nega o Ser — o espaço ontológico que sustenta toda possibilidade de existir. Nega o Eu — a identidade viva, o reflexo da Imagem do Criador. Nega o Eu Sou — aquele que diz "Eu Sou o que Sou", o Deus eterno que dá sentido ao ser e ao eu. Ao negar o fundamento, sobra o quê? O vazio. E então o que sobra é glorificar o nada, o acaso, o abismo cego, a ausência de origem, de direção e de destino. E essa glorificação do nada tem um nome: niilismo. O niilismo não é apenas uma doutrina filosófica ...é o trágico fechamento da alma para o Logos, a recusa em ser filho, a escolha deliberada de se tornar órfão. O niilista não diz apenas "Deus não existe". Ele diz: "Nada existe com sentido. Nada tem valor em si. E se tiver, eu nego mesmo assim." E assim, ele se fecha para a luz, para a graça, para o amor que sustenta até seu grito. E faz do nada um altar, da dúvida um dogma, e do desespero uma bandeira. Mas o Ser continua sendo. O Eu continua chamando. E o "Eu Sou" continua sustentando… até mesmo aquele que O nega.

 Porque o Amor não depende de ser aceito para continuar amando.

Seja, ou não, invocado, Deus virá!

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