sábado, 13 de setembro de 2025

Aleph Tav: O Fundamental é Invisível aos Olhos


Aleph Tav é um dos segredos mais profundos ocultos no texto hebraico da Bíblia. À primeira vista, trata-se apenas de duas letras, a primeira e a última do alfabeto: Aleph (א) e Tav (ת). Na gramática hebraica, a combinação dessas letras forma o marcador do objeto direto, chamado et, que aparece milhares de vezes no Antigo Testamento. Sua função é técnica, funcionando como uma ponte entre o verbo e o objeto. Por isso, em nossas traduções, geralmente não aparece, sendo considerado invisível na leitura, mas o fundamental é invisível aos olhos.

Entretanto, há uma dimensão espiritual que se abre quando olhamos para o Aleph Tav à luz de Cristo. Em Apocalipse 22:13, Jesus declara: Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último, o princípio e o fim. João escreve em grego, mas se estivesse no hebraico, a frase natural seria: Eu sou o Aleph e o Tav. Eis o ponto: aquilo que o hebreu lia apenas como partícula gramatical era, na realidade, uma marca silenciosa do Messias, escondida em cada linha da Torá. Um exemplo marcante está no versículo inaugural da Escritura: Bereshit bara Elohim et hashamayim ve’et ha’aretz. Traduzimos: No princípio criou Deus os céus e a terra. Mas no hebraico lemos literalmente: No princípio criou Deus Aleph Tav os céus e Aleph Tav a terra. O que parece supérfluo, na verdade, ecoa a revelação de João 1: No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez. O Aleph Tav em Gênesis 1:1 aponta para Cristo como o Verbo criador, o princípio ativo da criação. Assim, o Aleph Tav é tanto realidade linguística quanto sinal profético. Como partícula, sustenta a frase. Como revelação, sustenta o sentido eterno da Palavra. É como se Deus tivesse costurado no texto um selo secreto, visível apenas quando nossos olhos se abrem para Cristo. Onde o judeu lia apenas um marcador, o cristão pode enxergar o Filho de Deus, presente desde o primeiro versículo até o último. Seguindo essa linha simbólica, se אתה (Atah) ... que significa Tu ... fosse o código-base de tudo que existe, podemos enxergar as letras como blocos arquetípicos da realidade, refletidos no nível mais fundamental da matéria. Aleph (א) seria o próton. Aleph é a primeira letra, ligada ao início, ao sopro, à força primordial positiva que dá identidade ao átomo. O próton, com sua carga positiva, define o elemento e garante a estabilidade do núcleo. Tav (ת) seria o nêutron. Tav é a última letra, sinal de conclusão e de cruzamento. O nêutron é neutro, silencioso, mas sem ele o núcleo não se sustenta. É o selo final que mantém a coesão. He (ה) seria o elétron. He é o sopro, a respiração, a abertura. Sua função é movimento e relação, orbitando em torno do núcleo e permitindo ligações. Sem o elétron, não haveria interação nem vida. Ele é como a respiração de YHWH que dá dinâmica e conexão à criação. Assim, em nível simbólico: Aleph é a identidade, o início (próton). Tav é o fim que sela, a coesão (nêutron). He é o sopro que move e conecta (elétron). O átomo inteiro torna-se uma metáfora da Palavra viva: Tu (Atah), princípio, fim e sopro, sustentando todas as coisas. Cada partícula da realidade ecoa o mesmo mistério que o texto hebraico insinua: não há fragmento que esteja fora do Verbo. Tudo existe porque procede Dele e para Ele. A Verdade é esta: Jesus é o Aleph Tav, o Alfa e o Ômega, o Verbo que cria, sustenta e consumará todas as coisas. Não há acaso na Escritura. Cada letra, cada sinal, carrega em si a marca Daquele que é o princípio e o fim. E quando o Aleph Tav aparece no texto, ele nos lembra que Cristo sempre esteve ali, desde o Gênesis até o Apocalipse, do átomo ao universo, de cada sopro à eternidade. 

Como já disse: 

"O Fundamental é Invisível aos Olhos."

Essa frase ecoa algo essencial. O que sustenta tudo, o que dá vida, não se vê. O Aleph Tav é invisível na tradução, mas sustenta a frase. O próton, o nêutron e o elétron não se veem, mas sustentam o universo. O Espírito sopra sem ser visto, mas dá vida. Cristo, muitas vezes desprezado e não reconhecido, é a pedra angular que mantém tudo de pé.


O invisível é o que de fato é fundamental. O visível é só reflexo, sombra, manifestação passageira. Como Paulo escreveu: “O que se vê é temporário, mas o que não se vê é eterno”.

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