terça-feira, 22 de julho de 2025

O que é responsabilidade, afinal?


Recentemente me peguei refletindo sobre algo que li: a ideia de que "a responsabilidade é o antídoto contra o caos". Ainda que haja valor nessa afirmação, senti que ela precisava ser tocada com mais reverência e verdade. Eis minha resposta — ou melhor, minha reconstrução.

A responsabilidade não é o antídoto contra o caos. Ela é o sinal de que você se entregou ao risco de amar. Responsabilidade não é controle. Responsabilidade é liberdade em sua forma mais crua — o ato de se comprometer com algo ou alguém, mesmo sabendo que não há garantias. É escolher continuar mesmo quando tudo diz para parar. É ser pai, mãe, amigo, cônjuge, servo, peregrino... Não porque se é forte, mas porque se é fiel. Há adultos que vivem como crianças mimadas. E há crianças, como minha filha Laura Sofia, que já carregam consigo a luz de gigantes. Porque a alma não obedece à cronologia. Ela obedece ao fogo. Salvar não é o ápice — é a base. Ser salvo é de graça. Reinar, no entanto, é para quem luta com anjos e manco volta para casa, como Jacó. O Reino não é entregue. É conquistado com lágrimas e amor. E quanto à liberdade? Não há liberdade verdadeira sem risco. Sem o risco de perder, de se enganar, de sofrer — e ainda assim seguir. Liberdade não é fazer o que se quer. É saber o que se deve fazer... e fazer, mesmo que doa. E o caos? A vida não é cheia de desordem. A Terra é que está desordenada. Mas a Vida — com “V” maiúsculo — é perfeita, harmônica, intocada. “O planeta silencioso”, como dizia C. S. Lewis. A Terra clama por redenção. Mas há um canto no Céu que jamais desafina. Conclusão A responsabilidade não te salva. Mas ela te revela. Revela o quanto da graça de Deus você consegue suportar sem fugir. Revela se seu amor é passageiro... ou eterno. Ser responsável é confiar. E confiar exige coragem. E coragem é o mínimo necessário para amar. Publicado com amor, reflexão e fé.


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