quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

No Princípio

Calendário

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No princípio, não havia forma nem substância, apenas o É, Verbo Ser, A palavra e ato puro do EU SOU, pleno e absoluto, que existia sem precisar de existência. Então Ele falou, e tudo começou a ser. No vácuo primordial, fez-se a luz, não porque houvesse ausência dela, mas porque a própria palavra dita era luz, separando trevas e claridade, firmamento e profundezas, terra e mares.

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Nesse instante, o tempo se curvou ao decreto do Criador, pois antes não havia tempo, apenas um eterno agora, que, agora, já se desdobrava em manhã e tarde, numa sucessão que ecoaria pelos séculos. Então o É se moveu e fez surgir um caminho, um traço na imensidão, onde o espaço passou a ter altura, largura e profundidade. Nesse traço, foi lançada a semente do que viria a ser o lar dos que viriam depois. Então a terra brotou e deu folhas, e deu frutos, e o mar e o ar se encheram de criaturas, e as planícies e montanhas viram nascer feras e rebanhos.

Por fim, à imagem do É, Ele formou aqueles que portariam sua semelhança, não em carne, mas em espírito, pois carne se desfaz, mas em essência, pois a essência permanece. Deu-lhes domínio sobre tudo, não como senhores tiranos, mas como guardiões e jardineiros, porque, se Ele ordena e preenche, então o homem deveria continuar essa obra, sem jamais esquecê-Lo. Pois fora formado do barro, mas soprado pelo espírito, e, com isso, o universo estava completo, não porque houvesse algo mais a fazer, mas porque tudo já estava feito.

Pintura de um livro

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Então Ele descansou, não porque se cansasse, mas porque o descanso é a marca da perfeição, pois tudo que precisa ser feito já está feito antes mesmo de ser. Nesse descanso, os séculos se dobram, pois ele não é um repouso de fraqueza, mas uma realidade contínua, um chamado ao homem para que cesse sua luta vã e entre no descanso do Criador. Mas o homem, inquieto, quis traçar um caminho próprio, quis conhecer a árvore, quis saber o que não precisava saber e, ao saber, perdeu-se. Da luz restaram sombras, da criação perfeita surgiu a morte. Ainda assim, a voz do É continuou ecoando, chamando através dos tempos, restaurando através dos séculos.

Desenho de uma janela

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Um dia, o Caminho voltou ao mundo, não como traço no espaço, mas como carne e osso, como verbo feito gente. Então os que haviam se perdido puderam ver de novo e, quem se achegasse ao Caminho, voltaria ao descanso, pois o descanso é o É, e o É é a vida, e a vida é luz, e a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a venceram.

 

I. A ORDEM DIVINA DA CRIAÇÃO

No princípio, antes que houvesse forma ou substância, havia Deus. Não um vazio informe e caótico, mas a plenitude infinita de Seu ser. E então, pela Palavra, Ele falou, e o universo começou a existir.

O relato de Gênesis 1 não é apenas uma narrativa histórica; é uma revelação do caráter e do propósito divino. Ele não cria arbitrariamente, mas com intenção, moldando a realidade em ciclos ordenados:

1. Separação (Dias 1-3) – O Eterno traça limites, erguendo fronteiras entre luz e trevas, águas e céus, terra e mares.

2. Preenchimento (Dias 4-6) – O Criador não apenas ordena, mas completa, enchendo a vastidão com luminares, criaturas e, por fim, com o homem.

A ordem é perfeita, pois a criação não é obra do acaso, mas da mente infinita.

Pintura de janela

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II. O VERBO QUE CHAMA À EXISTÊNCIA

A criação surge não pelo labor das mãos, mas pelo sopro da Palavra. O hebraico "Bará" (בָּרָא), usado exclusivamente para Deus, indica uma criação que não se origina de matéria preexistente, mas do próprio poder divino. E esse Verbo Criador ressurge em João 1:1-3: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez." Cristo não é uma mera testemunha da criação; Ele é o próprio agente pelo qual todas as coisas vieram a existir.

Janela de vidro

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III. A IMAGO DEI – A MARCA DO DIVINO

Quando chega ao ápice de Sua criação, Deus faz algo extraordinário. Ele não simplesmente forma, mas reflete algo de Si:

"Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança." (Gênesis 1:26)

Essa "imagem" não é apenas uma semelhança física ou moral, mas um reflexo do próprio governo divino. O homem é feito para governar, cultivar, transformar e refletir o caráter de Deus na criação. Mas a queda distorce essa imagem — e é por meio de Cristo, o "segundo Adão", que ela será restaurada (Colossenses 1:15).

Calendário

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IV. LUZ E TREVAS – O SIMBOLISMO DA PRIMEIRA SEPARAÇÃO

Desde o primeiro ato criador, Deus separa luz e trevas. Mas essa distinção transcende a esfera física; ela ecoa no espírito da humanidade. As Escrituras sempre associam a luz com a santidade, e as trevas com a perdição (João 3:19). Há um prenúncio da batalha espiritual, da luta entre o Reino de Deus e os poderes da desordem.

Foto de uma loja

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V. O SHABAT – UM DESAFIO AO CORAÇÃO HUMANO

O sétimo dia não tem "tarde e manhã". Ele não está contido na sequência cíclica da criação. Deus descansa, não porque está fatigado, mas porque Sua obra é perfeita. E esse descanso não é meramente físico, mas aponta para algo maior — a promessa de um descanso eterno para Seu povo (Hebreus 4:9-11).

Uma imagem contendo foto, coberto, muitos, colorido

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VI. O COSMOS TESTIFICA

A ciência não desmente a criação divina, mas revela a assinatura do Criador. "Haja luz" pode ressoar nas equações da cosmologia moderna, no instante em que o espaço-tempo foi tecido. O desenvolvimento da vida, das águas para a terra, alinha-se com a progressão ordenada de Gênesis. A ciência e a fé não são rivais; são janelas para a grandiosidade do Altíssimo.

Janela de vidro

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VII. A CHAMADA PARA VER ALÉM DA SUPERFÍCIE

Gênesis 1 não é um mero relato. É um convite. Olhar para sua profundidade é contemplar o Deus que fala e faz, que ordena e conclui, que governa e chama. Que essa visão nos leve a uma fé mais firme, pois o mesmo Deus que moldou o universo molda nossos corações hoje.

"Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra de Suas mãos." (Salmos 19:1)

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