Quando nos calamos diante do que realmente importa, algo em nós morre um pouco. Um pensamento não expresso, uma ideia não compartilhada, um afeto não declarado. Todos esses ecos se acumulam, como memórias inacabadas, fragmentos de uma história que nunca será completa. É como construir uma casa e nunca colocar o último tijolo — está ali, mas nunca é plenamente habitável.
Talvez seja a memória falhando, ou o medo de ser mal interpretado, mas o resultado é o mesmo: ficamos presos entre o que sentimos e o que realmente mostramos ao mundo. Mas sabe, as palavras não ditas têm uma força própria, como um sussurro que se recusa a desaparecer. E nós? Nós seguimos em frente, carregando essa estranha sensação de que algo ficou para trás.
Então, qual é o preço de um pensamento engavetado? E quando é que nós mesmos viramos as gavetas, tentando encontrar o que já esquecemos?
...É intrigante como essas palavras não ditas ressoam em momentos de silêncio, trazendo à tona aquilo que deixamos para trás. Elas se tornam fantasmas de um diálogo que nunca aconteceu, mas que, de alguma forma, ainda influencia a nossa percepção e nossas relações. Será que falhar em expressar o que sentimos nos faz perder a autenticidade do que somos? Talvez, sim. Talvez, não. Mas uma coisa é certa: ao negar voz a esses pensamentos, negamos a nós mesmos a chance de sermos plenamente compreendidos — inclusive por nós mesmos.
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