A Cruz da História é somente a da Crucificação.
A Cruz é o que vem antes de tudo, inclusive da Crucificação.
O Cordeiro de Deus foi imolado antes da criação de qualquer criação.
Por essa mesma razão Aquele que tem o poder de “abrir o Livro e lhe desatar os selos” é o Leão de Judá, a Raiz de Davi, mas quando essas faces são procuradas por João —que antes chorava muito em desesperança (Ap 5:4-5)—, quem ele vê é um Cordeiro “como havia sido morto”.
Nós cristãos pensamos que nossa salvação veio do sofrimento de Jesus por nós!
Sofrimento não salva, apenas amargura e mata!
Nossa salvação não vem da Crucificação, mas da Cruz!
A Crucificação é um cenário!
A Cruz é o sacrifício eterno que teve na Crucificação apenas o seu cenário histórico!
Quando Paulo diz que só se gloriava na Cruz, ele não nos aponta um espetáculo histórico, o qual ele nunca nem perdeu tempo em “descrever” como evento martirizante e agonizante.
Para ele a Cruz era “o mistério outrora oculto e agora revelado” — com todas as implicações da Graça em nosso favor.
A Crucificação estava exposta às interpretações dos sentidos humanos: “Este era verdadeiramente Filho de Deus” — confessava o centurião, perplexo com o modo como Jesus morrera. Também reagia assustado diante do fato que a terra tremia enquanto a escuridade envolvia subitamente a tarde daquele dia.
A Cruz, todavia, é infinitamente maior que a Crucificação. O Sangue que purifica de todo pecado não um líquido; é uma oferta de amor perdoador que existiu como tal ainda antes que qualquer forma de sangue tivesse sido criada.
A Cruz é uma eterna decisão de Deus com Deus. O Sangue Eterno é a Decisão da Graça!
Na história, o sangue foi derramado para manifestar aquilo que em Deus já estava feito!
Jesus Consumou o que nEle já estava Consumado desde a eternidade!
Na Páscoa, portanto, celebra-se o cordeiro simbólico que aparece desde o Gênesis. Ganha rito instituído no Êxodo, é praticado durante séculos e tem sua Realização Histórica na Crucificação. A Cruz, no entanto, é o Fator Criador por trás de toda criação: o Cordeiro de Deus foi imolado antes da fundação do mundo!
Nessa consciência o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.
Por isso é que eu posso caminhar sem medo.
Não procurarei aquilo que faz sofrer e que é pecado. Mas também não vivo mais as fobias e neuroses do pecado.
É a certeza da Graça eterna aquilo que nos dá paz para viver na terra. Sem o êxodo da Crucificação apenas como cenário para a Cruz como bem eterno que garante paz com Deus e vida na terra, ninguém tem paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.
A Crucificação é o Cenário exterior!
A Cruz tem que ser a Realidade interior!
A Crucificação revela a maldade humana!
A Cruz revela a salvação de Deus!
Quem crê é Justificado e tem paz com Deus. Além disso, já passou da morte para a vida!
Caio
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
O Éden em nós
Quando Paulo diz em II Coríntios que receava que “assim como a serpente
enganou a Eva”, do mesmo modo fossem “as nossas mentes corrompidas”,
afastando-nos da pureza e simplicidade devidas a Cristo — ele fazia isto
se relacionar à seqüência do texto, que mostra os “falsos apóstolos,
ministros de justiça (disfarçados) e anjos de luz (travestidos); todos
figuras representativas da serpente que enganou a Eva e seu marido; e
que, agora, em seu disfarce apostolar, afastavam o povo da simplicidade e
pureza do Evangelho; fosse com sua crença legalista e anti-graça
(judaizantes); fosse mediante as perversões de evangelhos gnósticos, do
Cristo esotérico, as quais eles tentavam “vender” para o povo.
Entretanto, ao dizer “Receio de vós que assim como a serpente enganou a
Eva, assim também sejam corrompidas as vossas mentes” — o apóstolo abria
uma nova dimensão para o Éden. Sim, o Éden da Mesopotâmia, geográfico,
dava agora lugar ao Éden não lugarizado, e que existe e re-existe sempre
outra vez no coração humano; posto que a arquitetura da alma humana é
sempre um Éden.
Sim, um Éden no útero da mãe, de onde somos expulsos. Um Éden na
infância, da qual somos expulsos. Um Éden na adolescência, de onde somos
forçados a sair. Um Éden na juventude, de onde se tem que sair para
virar adulto e arar a terra. Um Éden histórico, do qual sairemos não
mais como expulsos, mas como elevados à Glória pela Graça de Cristo.
Ora, de um lado, todos estão fora do Éden; pois “pecamos à semelhança do
pecado de Adão” — segundo Paulo, escrevendo aos Romanos. Por isto se
diz que “todos pecaram” e que todos “igualmente carecem da Glória de
Deus”.
Assim, a humanidade nasce fora do Éden; pois, ‘em’ Adão e ‘como’ Adão —
fomos tanto nele como também em nós mesmos, expulsos do Éden!
Todavia, a constituição da alma é sempre um Éden Psicológico. Sim,
porque na alma, todos nós, temos Adão (animus), temos Eva (anima), temos
a Árvore da Vida (a vocação para o eterno), temos a Árvore do
Conhecimento do Bem de Mal (nossa vontade de independência de Deus),
temos todas as arvores do Jardim (a liberdade ampla de boas escolhas de
vida; sem proibições), temos a Voz de Deus, e também os sons sibilantes
da serpente oportunista, e que faz seu “bolo de serpente” pronta para “o
bote”, justamente nos galhos da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal.
Esta é a constituição arquetípica de nosso aparelho psíquico.
Ora, nesse sentido, o Éden é um lugar em nós; e do qual nos sentimos
exilados pela culpa e pela transgressão essencial que nos faz já
nascermos dando curiosos ouvidos às sibilações da serpente; a qual
trabalha contra alma sempre com a proposta de um saber que nos faça
prescindir, supostamente, de Deus.
Assim, a serpente invisível, e que existe como ente espiritual, ganha
seu poder quando a serpente do aparelho psíquico repete para nós,
conforme nossas pulsões interiores, as mesmas propostas feitas pela
serpente do Éden Mesopotâmico.
Desse modo, mesmo expulso do Éden, carregamo-lo como realidade psíquica e
arquetípica em nós mesmos!
Ora, assim como um Querubim foi posto no caminho para a Árvore da Vida,
no Éden da Bíblia; assim também há um Querubim, no Éden da alma, e que
nos impede o acesso autônomo à vida sem Deus; ou seja: à tentativa de
viver eternamente sem Deus!
Daí vem todo o sentimento de idas e vindas que sentimos em nós mesmos;
ora sentindo-nos no Éden; ora exilados dele — tudo isto sendo reeditado
pelas experiências de culpa.
Paulo diz que os Coríntios estavam vivendo na Graça a experiência de uma
Eva não seduzida; existindo num Éden pacificado pelo amor e pelo perdão
de Deus.
Entretanto, ele avisa que como os mesmos elementos do Éden existem em
nós, continua sempre a possibilidade de que as “serpentes” de fora (no
caso deles os falsos apóstolos), pudessem encontrar o seu recíproco
narcisista em nós; e, assim, sermos enganados; e, mais uma vez, expulsos
do Éden da simplicidade e pureza devidas a Cristo.
É por tal razão que muitos cristãos confessam o tempo todo que são de
Cristo, mas, apesar disto, vivem em estado de permanente angustia. Sim, a
angustia dos exilados; e eles nem mesmo sabem a razão.
Digo isto porque somente a simplicidade e a pureza do Evangelho, vivido
pela fé no Filho de Deus, é o que nos veste para que a existência no
Éden interior não seja feita da culpa que se esconde por de trás das
árvores do Jardim, mas da paz dos reconciliados e vestidos pelo Sangue
do Cordeiro.
Entretanto, quem não reconhece que o cenário do Éden o habita, esse é
sempre enganado, pensando que a serpente de fora é quem nos manipula,
sem nos darmos conta que é a serpente que habita a constitutividade de
nosso ser, o elemento psíquico que mais nos seduz à autonomia; ou a
qualquer que seja o “outro evangelho”.
Assim, arquetípica e simbolicamente, a Árvore da Vida é o Evangelho; as
outras árvores do Jardim são toda nossa liberdade; a Árvore do
Conhecimento do Bem e do Mal é nossa intrínseca vontade de ascender por
conta própria; a serpente é a pulsão desse desejo; a anima é a via pela
qual o desejo de transcendência se torna objeto de perversão; animus é a
legitimação do ato psíquico da anima; e o Querubim é o impedimento
divino que nos mantém sem a eternidade autônoma; pois, do contrário,
seriamos fixados num estado de irredimibilidade.
Paulo, portanto, nos assegura que somente a pureza e a simplicidade do
Evangelho de Cristo é o que pode nos fazer vencer as seduções externas e
internas das serpentes!
Pense nisto!
Nele,
Caio
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Mais que vencedores
Deus
deseja que sejamos um com Ele, mas Ele respeita nossa essência. Já o dragão
devora-nos de forma que não somos um, mas acaba por amalgamar de forma
indelével sua essência em nosso imo suplantando-a pela a dele. Sobrando somente
ele. Sua fome é insaciável. E seu apetite irrefreável. E suas vítimas acabam
por sucumbir, sem perceber a mordida do vampiro das almas.
Então
por que Deus criou o dragão? Veja que o dragão é mal, pois assim foi criado,
ele foi homicida, promotor da morte desde o princípio, e com justiça será
tratado no final. Nós eleitos, desde a fundação do mundo, somos vitoriosos de
eternidade em eternidade. Somos mais que vencedores. Porém o dragão e sua
semente serão derrotados de criação em criação. Como o vilão que em sua
desgraça merecida abrilhanta a vitória do herói. A derrota do dragão é motivo
de festa daqueles que viveram pelo Verbo. Isso está em nossos corações,
implantado em nosso inconsciente. É a
história arquetípica escrita na primeva incepção. Na criação anterior o dragão
foi vencido pela força... Nesta, porém, o nosso inimigo está em nós. Se a luta
será terrível, a vitória será imensa. A vitória, no entanto, revelará sim de
modo esplendoroso que o santuário santíssimo tem lugar em nosso mais íntimo, em
nosso EU SOU. Seremos e já somos co-participantes da natureza de Deus. O Misterium
Tremendum, o galardão final, daqueles que são fiéis ao Verbo, será revelado e
conheceremos como também somos conhecidos. E Deus fará tudo novo de novo!
Deus
não é o autor da morte, a perdição dos vivos não lhe dá alegria alguma. Ele
criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a
salvação. No entanto, a presença do mal permite o agir do bem. O Cristo teve a
oportunidade de demonstrar seu amor, que em graça se transformou vertendo seu
precioso sangue. E derrotada foi à morte e seu aguilhão e veneno será por fim
destruído. Em alegria seremos transformados e o que hoje são sombras e névoas
no porvir serão claras como a luzes da aurora no esplendor do amanhecer.
O
Eterno trabalha com ciclos. Como disse o sábio “Há tempo de nascer, e tempo de
morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou.”. Observe as
estações do ano, os meses, as semanas e até mesmo os dias. Eles se repetem, mas
sempre de forma diferente. A novidade não está exatamente naquilo que se vê,
mas em como se vê. Há tempo de destruição, de renovo, de trabalho, de descanso
e neste fluir as eternidades passam. Ainda
que em momentos de dor, mais perto chegamos do criador. Feliz aquele que achar
mérito no autor das almas e para quem Ele disser, “Servo bom e fiel entra no
teu descanso”. Nem todos adentrarão no descanso, pois com juras Ele disse “Não
entrarão no meu descanso, embora fossem completadas as obras desde a fundação
do mundo.” Pois em certo lugar disse assim acerca do dia sétimo: “E descansou
Deus no dia sétimo de todas as suas obras”. Pois aquele que entrou no descanso Dele,
esse também descansou das suas obras, assim como Deus das suas. Lute por sua
salvação, amigo, para que te aches no
Espírito Eterno no dia em que Ele vir nas nuvens revelar as obras de suas mãos.
O tempo é breve e já estamos no início do sétimo dia. Um dia para Ele são mil
anos. Nosso tempo não é o Dele! E o homem é senhor do sétimo dia e reinará no milênio com o Cordeiro. Reino de
justiça e paz.
Fundamentação e inspiração Bíblica
Mateus 13
24 Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeou boa semente no seu campo;
25 mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou joio no meio do trigo, e retirou-se.
26 Quando, porém, a erva cresceu e começou a espigar, então apareceu também o joio.
27 Chegaram, pois, os servos do proprietário, e disseram-lhe: Senhor, não semeaste no teu campo boa semente? Donde, pois, vem o joio?
28 Respondeu-lhes: Algum inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres, pois, que vamos arrancá-lo?
29 Ele, porém, disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis com ele também o trigo.
30 Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Ajuntai primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; o trigo, porém, recolhei-o no meu celeiro.
36 Então Jesus, deixando as multidões, entrou em casa. E chegaram-se a ele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo.
37 E ele, respondendo, disse: O que semeia a boa semente é o Filho do homem;
38 o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do maligno;
39 o inimigo que o semeou é o Diabo; a ceifa é o fim do mundo, e os celeiros são os anjos.
40 Pois assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no fim do mundo.
41 Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles ajuntarão do seu reino todos os que servem de tropeço, e os que praticam a iniquidade,
42 e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes.
43 Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça.
Fundamentação e inspiração Bíblica
Mateus 13
24 Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeou boa semente no seu campo;
25 mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou joio no meio do trigo, e retirou-se.
26 Quando, porém, a erva cresceu e começou a espigar, então apareceu também o joio.
27 Chegaram, pois, os servos do proprietário, e disseram-lhe: Senhor, não semeaste no teu campo boa semente? Donde, pois, vem o joio?
28 Respondeu-lhes: Algum inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres, pois, que vamos arrancá-lo?
29 Ele, porém, disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis com ele também o trigo.
30 Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Ajuntai primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; o trigo, porém, recolhei-o no meu celeiro.
36 Então Jesus, deixando as multidões, entrou em casa. E chegaram-se a ele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo.
37 E ele, respondendo, disse: O que semeia a boa semente é o Filho do homem;
38 o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do maligno;
39 o inimigo que o semeou é o Diabo; a ceifa é o fim do mundo, e os celeiros são os anjos.
40 Pois assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no fim do mundo.
41 Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles ajuntarão do seu reino todos os que servem de tropeço, e os que praticam a iniquidade,
42 e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes.
43 Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça.
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