A VERDADEIRA IDADE DAS TREVAS É HOJE!
Por Pr. Vinicius Zulato
PARTE 1
Como chegamos ao mundo que temos hoje? Tudo começou a piorar
a partir do séc. XVII, quando a Idade Média entrou em decadência, o domínio da
igreja católica diminuiu e a burguesia nascente disse basta. Foi nessa época
que surgiu o movimento iluminista, eles assim se chamavam porque entendiam que
tinham a responsabilidade de trazer luz para as trevas, em que o homem viva por
causa da religião. De fato, a igreja católica tinha tomado um caminho errado e
abusivo, distorcendo a verdade de Cristo e transformando a fé em mercado. Os
pecados para serem perdoados tinham que ser pagos e a hipocrisia não tinha fim
no clero. Diante deste quadro a ciência se ascendeu apresentando um caminho
para a modernidade.
Eles propunham que o pensamento lógico e o método científico
fossem o caminho para uma revolução da humanidade e traria respostas para as
grandes questões da vida. Criaram com isso a famosa dicotomia fé e razão,
colocando cada uma de um lado do ringue e as tornando antagônicas e imiscíveis,
inimigas uma da outra. A fé é para os supersticiosos e ignorantes, a razão é
para os modernos e sábios. Com o tempo essa ideia foi se consolidando na mente
da humanidade e a religião passou a ser um tema cultural e de segundo escalão,
a Bíblia virou um livro de moral e bons costumes formado por mitos e parábolas.
A própria igreja passou a adotar um comportamento segmentado a respeito,
criou-se a divisão do mundo secular e do mundo sagrado. No entanto, a ciência
não trouxe a resposta para as grandes questões da vida e com isso a humanidade
se decepcionou 7 com ela, o avanço tecnológico que criou técnicas para melhorar
a produção agrícola não resolveu o problema da fome, mas só reforçou as grandes
desigualdades sociais, as novas tecnologias de energias não geraram fontes
baratas e acessíveis da mesma, mas novas e poderosas armas de destruição em
massa. O mundo percebeu que a ciência só trouxe mais injustiça e tristeza e
então também a colocou em segundo plano. Hoje então, essas pessoas creem que
não existe uma verdade absoluta, nasceu então o relativismo, cada um é autor da
sua história e de sua verdade.
Cada um segue o caminho que desejar, nenhum deles é melhor
que o outro, como não há uma verdade fechada é impossível ter um referencial,
surge então o embate de ideias e o jogo de poder por meio da palavra, quem é
mais convincente prevalece com sua verdade, isso até que alguém apresente algo
melhor, pois a verdade é dinâmica e mutante. Essa forma de ver o mundo penetrou
na própria igreja trazendo práticas detestáveis a nós, muitos são uma coisa no
domingo e outra nos outros dias da semana. “Igreja é uma coisa, trabalho
outra”. No entanto, não é assim que a palavra pensa, a Bíblia diz que todas as
coisas estão em Cristo e, portanto, o seu desejo é 8 que todo o reino seja
resgatado. Na verdade, a Bíblia é a verdade absoluta e por isso ela tem
respostas para todas as grandes questões da vida, ela não fala só de vida
cristã, mas de política, sexo, arte, comportamento, moda, ciência, tecnologia e
todo e qualquer assunto que passar por sua cabeça. Neste livro, queremos
apresentar a Bíblia como essa fonte inesgotável e inerrável de respostas para
TODAS as questões da vida. Cumprindo desta forma a tarefa que Deus nos deu de
trazer luz às trevas, em que as pessoas estão. Infelizmente para nós e para os
iluministas ainda estamos na idade das trevas… COMO DEVO LER A BÍBLIA: Eu creio
em Deus. Usarei um argumento que não está na Bíblia, e pior ainda, foi feito
por um ateu, Imanuel Kant, famoso filósofo alemão, que disse em sua obra
“Crítica da razão pura” que existem três ní- veis de crença: 1) Opinião: “Eu
acho…” 2) Saber: “Eu tenho certeza e posso provar” 3) Fé: “Eu não tenho como
provar, mas tenho certeza” 9 Deus não é uma questão de opinião, é uma questão
de fé, portanto, Ele não é objeto de lógica, mas de fé, pois não foi pela
lógica que alguém foi alcançado pelo Senhor e sim pela fé. Debater se Ele
existe é perda de tempo, Ele está acima disso. A Bíblia não tenta explicar a
existência de Deus, não foi para isso que ela foi escrita, mas para nos ensinar
como viver segundo a vontade Dele.
Ela só faz sentido para quem crê. A própria palavra de Deus
diz isso: “E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão
Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está no
céu.” (Mateus 16.17) “Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo
para os judeus, e loucura para os gregos.” (1 Coríntios 1.23) “Ora, o homem
natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parece
loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” (1
Coríntios 2.14) Portanto, fica claro que só é possível entender a Bíblia por
meio do Espírito Santo. Qualquer abordagem que fuja disso é perda de tempo. 10
“Vós sois as minhas testemunhas, diz o SENHOR, e meu servo, a quem escolhi;
para que o saibais, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes
de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá.” (Isaías 43.10)
“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas
que se não veem. Porque por ela os antigos alcançaram testemunho. Pela fé
entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que
aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.” (Hebreus 11.1-3) Se
deixarmos nos levar pelo discurso naturalista, iremos achar que não existe nada
além da matéria, da natureza e por isso não há espaço para Deus. Os panteístas
fariam o inverso, Deus está em todas as coisas.
O Cristianismo não é nem uma coisa nem outra. A natureza, a
criação é a revelação geral de Deus, é sua obra de arte, ela tem sua
assinatura. “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra
das suas mãos.” (Salmos 19.1). Crer no Big Bang e no evolucionismo é crer que
tudo que existe é obra do acaso. Dizer que somos obra do acaso seria o mesmo
que pedir para alguém jogar um quebra-cabeça desmontado para cima e todas as
peças caírem montadinhas. Certamente, há por trás de tudo isso a mão de um
poderoso agente inteligente, cremos que esse agente seja Deus, o criador de
todas as coisas. Cremos também que Ele levantou homens em tempos e situações
distintas para revelar a sua vontade e redigir em texto estas verdades. Todas
as palavras nas Escrituras são inspiradas por Deus, não crer nelas é
desobedecer a Ele. A Bíblia afirma isso: “Toda a escritura é divinamente
inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para
instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente
instruído para toda a boa obra. ” (2 Timóteo 3.16-17) “Para que por duas coisas
imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação,
nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta. ” (Hebreus
6.18) As Escrituras são nossa autoridade final. Diante de tudo isso surge a
pergunta que não 12 quer calar: Por que há tanto esforço para se provar a
inexistência de Deus? Não é muito difícil achar uma resposta na própria
Palavra: “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e
injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus
se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas
coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a
sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão
criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus,
não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se
desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios,
tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da
imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. ”
(Romanos 1.18-23) Aceitar a existência de Deus exige de cada um de nós
submissão aos seus propósitos, submissão 13 à sua vontade.
No entanto, se não acreditarmos em sua existência estamos
livres da culpa que se deriva de não nos submetermos a essa verdade. Se Ele não
existe, não somos obrigados a nos submetermos à sua vontade e com isso estamos
livres para conduzirmos nossas vidas da forma que quisermos. O homem precisa
então rever a sua humanidade, a palavra humano pela escritura significa:
natureza, condição, imagem e semelhança. Na Bíblia aprendemos que fomos criados
a imagem e semelhança de Deus e, portanto, temos atributos dele: Somos
criativos, emocionais, desejamos estar em grupo, somos religiosos (no bom e no
mal sentido). Não somos prisioneiros deste mundo como parafusos em um relógio,
somos capazes de reescrever a história. Os naturalistas tentam dar explicações
químicas e antropológicas para o amor, a solidariedade e tantas outras
sentimentalidades, mas nós cremos no caminhar por meio do sopro de Cristo.
Vamos rever tudo o que aprendemos até aqui: Que a Bíblia só pode ser lida pela
fé em Deus e em sua inspiração divina, temos que crer que a criação revela o
caráter de Deus, que a Escritura é uma das formas pelas quais Ele se revela,
que as pessoas 14 tentam descredibilizar a Escritura por que não querem
obedecer e seguir a Palavra de Deus, mas seguir o seu próprio caminho. Todo
esse caminho que fizemos até aqui foi para percebermos que só é possível ler a
Bíblia e compreendê-la pelo Espírito Santo.
Toda a sabedoria humana e científica tem pouco proveito para
alcançarmos esse objetivo. Dentro de seu propósito, a Bíblia é infalível, isto
é, não contém falhas, contradições ou erros. Por mais que em alguns momentos
pareça, ela é a Verdade plena e jamais entra em contradição. Vejamos um
exemplo: “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se
arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?
” (Números 23.19) “Então o SENHOR se arrependeu disso. Não acontecerá, disse o SENHOR.
” (Amós 7.3) “E o SENHOR se arrependeu disso. Nem isso acontecerá, disse o
Senhor DEUS. ” (Amós 7.6) “Então, arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem
sobre a terra e pesou-lhe em seu coração. ” (Gênesis 6.6) 15 “Então o SENHOR
arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo. ” (Êxodo
32.14) “E se lembrou da sua aliança, e se arrependeu segundo a multidão das
suas misericórdias. ” (Salmos 106.45) “E Deus viu as obras deles, como se
converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado
lhes faria, e não o fez. ” (Jonas 3.10) Ler o primeiro texto e depois os demais
de forma displicente nos levaria a ter a impressão de que há uma contradição e,
portanto, uma falha na Bíblia; afinal, Deus não se arrepende ou se arrepende? É
necessário, portanto, investigar o que os textos querem dizer. O primeiro
mostra o caráter e a Palavra de Deus (como disse o autor de Hebreus que lemos
um pouco atrás, são imutáveis). Nos outros textos o que se usa é um recurso de
linguagem sintática chamado prosopopéia que significa dar características
humanas a algo que não é humano (o mesmo que dizer que o céu chorou para se
referir à chuva ou que a lua está sangrando em um eclipse lunar).
O desejo de Deus sempre foi ser misericordioso e não fazer o
mal, e para tanto carece do arrependimento 16 do homem de seus caminhos
pecaminosos, quando o homem confessa o seu pecado e se arrepende, Deus tira de
sobre ele o mal, nada mais coerente com a sua própria Palavra A saber: “Se com
a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. ” (Romanos 10.9) Na prática Deus não
se arrependeu, Ele simplesmente salvou o homem pelo arrependimento do homem e
desta forma cumpriu sua promessa. Nós é que somos falíveis e quando tentamos
ler a Bíblia com nossas expectativas, transportamos essa falha para a Palavra.
Você busca algo para si na Palavra e por ser algo para você e por meio de você,
certamente, não acontecerá e aí então há uma ilusão de que a Palavra de Deus
falhou. “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.
” (Tiago 4.3) Toda vez que você for para a Palavra com sua expectativa, falhará
em entendê-la e será abençoado por ela.
No entanto, se você a buscar pelo Espírito Santo será
fortemente impactado e desafiado a experimentar as surpreendentes expectativas
de Deus sobre a sua vida e nesse cenário ela jamais falhará. 17 Recapitulação
analítica:
·
Qual é a resposta definitiva para o caos no
mundo? Jesus, Deus, Espírito Santo. • Como saber qual é a vontade de Deus? Por
intermédio de sua Palavra, a Bíblia.
·
Por que a Bíblia? Ela foi escrita para nos
ensinar, ela é compreendida pela fé e também pela lógica. Ela é infalível e é
INSPIRADA POR DEUS.
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