Vou contar aqui uma pequena
parábola onde Deus e o diabo discutiam sobre a humanidade no Jardim dos
Começos. Antes de iniciar esta, algumas considerações importantes. O que é uma
parábola? Segundo o dicionário Priberam a parábola é uma narração alegórica que
envolve algum preceito de moral, alguma verdade importante. É como na
matemática, onde estudamos a equação de segundo grau. Uma linha que tem um eixo
de simetria onde cada lado reflete o outro de modo diferente. É algo tomado no
lugar de outro. As vezes nossa linguagem e limitações nos impedem de
compreender algo, é ai que usamos a parábola. Uma parábola não é uma verdade em
si, mas carrega uma simetria, um eixo forte com a veracidade, nos leva e faz-nos
conhecer A VERDADE. É importante dizer também que não tenho nenhuma pretensão
de escrever aqui uma parábola que deveria estar na Bíblia, ou seja, se ela não
for útil para você e nada de edificante lhe trouxer, esqueça-a, mas se valer a
pena, o que acredito que vale, pois aqui escrevo não com tinta e pena, retenha
fortemente essa história, mas com maior força a VERDADE por ela carregada.
Enfim, vamos a ela...
“Depois
do Eterno, ter criado o céu, os seres viventes celestiais e os anjos, antes
também da corrupção antiga entrar na criação, anterior ao nosso mundo, fazendo
um terço dos anjos se entregarem as trevas e caírem, Deus cria a nossa
habitação no Jardim dos Começos. Assim os céus, a terra e todo o seu exército
foram acabados, pouco antes de Deus, pôr-se a descansar ao fazer o homem.
Neste
lugar e tempo, na eternidade inocente humana, enquanto nas entranhas da terra,
lama e barro, em sua mão tecia, quando no oculto moldava, o vaso humano, presente presenteado e enchido pela criação e fôlego de vida, neste tempo, nos
primórdios da humanidade, que fora entretecida nas profundezas da terra. Deus
faz brotar do solo toda a árvore agradável à vista, e boa para comida. Cheio de
satisfação, Deus põem-se a viajar novamente a sua morada celestial.
Enquanto
ao longe via as portas do grande e verdadeiro templo, um miasma nojento e um
cheiro doentio de morte, adentra em suas narinas, ao passar por aquele vale
mortífero e corrupto que jamais poderia atravessar os portões eternos, por si
mesmo, onde os anjos, anteriores de luz e beleza, mas que pelo orgulho e
vaidade de seus corações arrogantes do céu caíram, se não fossem expulsos, no
abismo o tornariam. E por isso de maneira nenhuma, poupou tais anjos que
pecaram terrivelmente, ao tentar profanar a morada santa, mas os lançou no
inferno, prendendo-os em abismos tenebrosos a fim de serem reservados para o
juízo que ainda não havia decidido.
Cansado,
pela longa jornada, em seu trono põem-se pesaroso a descansar, ainda afligido
pela escolha e caminho que seus mais belos seres anteriormente criados fizeram.
Logo, despertando percebe, a sua presença, Satanás ardiloso como sempre, buscando
tempo propício para o joio maligno da inimizade semear. Adonai diz a Satanás
"De onde vens? " Satanás respondeu "De perambular pela terra e
andar por ela".
Reparaste,
diz o Eterno e Verdadeiro, que o melhor desta nova criação, fizemos à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança? De glória e honra os enchi e de toda
beleza criada em graça os cobri. Em um Jardim perfeito os deixei onde permiti,
com minha bênção multiplicar, férteis e puros, a terra preencher. Satanás,
completa. Verdade sim, são semelhantes a ti, mas não iguais, o que injusto é.
A
que referes, pai da mentira, do que exatamente me acusas. Quem és tu para me apontar
a falta de justiça? Acaso sabes o que está em meu coração e podes penetrar em
minha mente e saber teu futuro e os desígnios que tenho para o porvir, diz o
Todo Poderoso. A sombra afirma, sim realmente isto não posso, mas vejo que tens
algo que a eles não foi dado. Beleza, glória e honra como tu eles têm, mas eles
não podem julgar isso bem, fizeste na verdade uma prisão com grades de ouro, mas
não lhos deu escolha e liberdade verdadeira, nesta infância eterna os mantêm,
disse a estrela opaca.
Eu
também tenho um reino, não é como o Teu, mas aos meus olhos mais bonitos são,
diz o príncipe das trevas. Criatura corrompida, não sabes julgar a beleza, louco
és, como na dor, morte e sofrimento pode enxergar tino proveitoso desta
tristeza? Argumenta, o Justo Juiz. Talvez eu não, mas eles, lá naquele pontinho
do infinito vivendo a apenas a inocência forçada, poderiam algo ponderar sem
nem com suas mentes podem o mal perceber, como então o bem julgar? Propõe o
dragão, no interior do antigo serafim.
Não
sei se tu podes algo aprender, mas a eles algo maior vou ensinar, uma escolha a
eles vou dar. No fim, não só você Satanás verás, que os meus escolhidos, e pelo
meu conhecer e julgar predestinado ao Amor, que não há força maior que de mim
os possa separar. Ensinados e mesmo da dor, morte e sofrimento com a graça eis
de lhe resgatar. Os olhos de justiça ardendo em fogo de Amor, de um Pai, que
percebe a segurança do Filho, quando ameaçada está.
Um
sorriso vil, no rosto odioso daquele ser que nada de bom pode-se esperar, Deus
pôde observar. Este por fim com orgulho e soberba diz. Se acaso isto acontecer,
até as chaves da minha sepultura, do Abismo e Sheol feliz ficarei em lhe dar. E
não apenas eu, mas todos que a mim servem, glórias voluntárias e louvor vamos
lhe prestar. Como certeza tenho que das seduções das Trevas, nenhum homem pode
escapar, minhas palavras juro por mim mesmo que vou honrar, de forma execrável ponho-me
nisso pactuar, e quando se este dia chegar, nunca mais de ti vou aproximar.
Queimando
de ira, Deus fala que apenas tal não há de bastar, que o diabo tenha todo seu
reino em fogo eterno a queimar e que nunca mais enquanto a eternidade durar,
nem Dele ou de qualquer de seus filhos poderás aproximar. Por fim, o diabo diz,
essa aposta vou aumentar, se comigo nela entrar caso homem se fizer, nem tu
Deus dos deuses, poderás escapar. Concordo, na aposta entrar, Filho do Homem ei de me tornar, disse Deus. Não percebeste mais uma vez, mas antes daqui entrar, o proposto desde a eternidade feito e consumado por mim esteve e estará!
Fim.”
- Rodrigo Lima
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