sábado, 10 de abril de 2010

INFERNO

Quer saber como é o inferno? 

EM DEUS TUDO FALA...

 
Deus criou porque não pensou somente em Si Mesmo, pois a criação é Deus pensando em outros; em todos os outros infinitamente possíveis... Portanto, na criação temos múltiplas e infindas formas de expressão de Deus e de Sua Palavra/Verbo; visto que todas as coisas foram criadas pela Palavra de Deus; e, por tal razão expressam a Sua Palavra de modo pessoal e impessoal. Continue no Caminho...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Cultura, arte e diversão

Muito antes do computador moderno, das placas gráficas e mesmo da modelagem 3D, existia um artista. O seu nome é Maurits Cornelis Escher... Mas quem é esse cara? Bom é melhor deixar suas ilustrações falarem por ele. Click nas imagens para ver em tamanho maior.







Não é fabuloso até mesmo para atualidade?

Veja essa animação em homenagem a ele:




Veja essa também:

http://www.youtube.com/watch?v=ukdpt7ZrUJA&feature=related

Para saber mais, consulte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Maurits_Cornelis_Escher

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A ponte entre a Ciência e a Religião

Aviso... Sempre use o espírito crítico, buscando sempre a verdade, mas não afunde no ceticismo duvidando de tudo. Prove de tudo, retenha o que for bom! A ponte entre a Ciência e a Religião transcrição completa da entrevista concedida pelo físico Amit Goswami ao programa "Roda Viva" da TV Cultura. O Roda Viva entrevista o físico nuclear indiano AMIT GOSWAMI. Considerado um importante cientista da atualidade ele tem instigado os meios acadêmicos com sua busca de uma ponte entre a ciência e a espiritualidade. Amit Goswami vive nos Estados Unidos. É PHD em física quântica e professor titular de física da Universidade de Oregon. Há mais de quinze anos está envolvido em estudos que buscam construir o ponto de união entre a física quântica e a espiritualidade. Já foi rotulado de místico, pela comunidade científica, e acabou acalmando os críticos através de várias publicações técnicas a respeito de suas idéias. Em seu livro O UNIVERSO AUTOCONSCIENTE - publicado no Brasil - ele procura demonstrar que o Universo é matematicamente inconsistente sem a existência de um conjunto superior - no caso, DEUS. E diz que, se esses estudos se desenvolverem, logo no início do terceiro milênio Deus será objeto de ciência e não mais de religião. 

domingo, 4 de abril de 2010

Dica de Filme

Ponto de Mutação

Fritjof Capra nos traz uma obra de sensibilidade e reflexão sobre as bases da existência e da integração do pensamento e das ações humanas no contexto do desenvolvimento, na busca da equação da vida e do progresso equilibrado e sustentado.

Partindo da paradisíaca ilha de Saint Mitchel, onde existe uma fortaleza medieval que com seu isolamento temporário, pelas marés, nos traz do subconsciente a imagem do isolamento do pensamento, com suas ruelas e salas, com seus cheiros e sabores, com suas masmorras e aposentos.

O político e o poeta se vem em um dilema, cada qual preso em seu mundo, procurando nele o sucesso sua direção, tal qual uma solitária ilha. O terceiro personagem busca o caminho, se transformar no isolamento, na fuga o perdão pelos resultados de suas ações e criações.

Ao se prenderem ao seu mundo próximo e com limites claros e estruturados, dentro das muralhas do conhecido, eles tendem a aplicar de certa maneira o cinismo que apregoam como básico: a convivência com pessoas menos inteligentes ou que podem ser conduzidas, seja na política, na ciência ou na vida, como turistas sem conhecimento ao encontrarem o novo.

Na discussão sobre o papel dos mecanismos que regem o mundo, abordam a evolução do pensamento humano, passando por Descartes e chegando aos nossos dias, onde vemos os líderes, as pessoas socialmente aceitas como condutores, pensando unicamente de forma mecanicista, aplicando a forma mais simples de conduzir: o modelo cartesiano, onde dividimos o todo em partes, para estudando e entendendo cada uma, procurar entender o todo. Este entender para os políticos seria controlar, induzir, prever.

Nesta ânsia, não poupam o custo do sacrifício da vida, da existência, aplicada a uma parcela da humanidade presa pelas quatro paredes dos modelos econômicos mecanicistas, que independente do custo social, só pensam na validação econômica de suas teorias e negociações. Os sistemas existentes não encorajam a prevenção, só a intervenção, que não consideram que só se constrói um modelo de sucesso no presente, se estimularmos o futuro. Chega-se a dedução de que precisamos adotar o modelo de intervenção colocado como feminino, nutriente, construtor, ao contraposto do modelo masculino basicamente dominador.

Para o desenvolvimento de uma condição de perpetuidade e oportunidades para o futuro, dentro deste conceito de nutriente, devemos aplicar um raciocínio ecológico, em contraponto ao pensamento cartesiano clássico, pensando em um mundo de recursos exauríveis, orgânicos e espirituais, sejam da natureza ou da capacidade de absorver as injustiças sociais.
Para poder entender e aplicar este pensamento, se faz crucial ativar a percepção, sendo que se somente as bordas da percepção aparecessem, tudo se desvendaria como realmente é.

Nesta forma sistêmica de pensar, identificamos os pilares como sendo as conexões, tudo se interconecta, formando mesmo com seus vazios e sem condições de definições exatas, a solidez da matéria, do pensamento e da estrutura do universo tangível. O que não vemos, o que não entendemos, necessariamente não pode ser abominado, relegado , sob pena de nossa cegueira estar baseada somente na miopia da falta de abertura para o novo.

Somos todos uma parte da teia imensurável e inseparável da relações, é nossa responsabilidade perceber as possibilidades do amanhã, pois antes de tudo somos os únicos responsáveis por nossas descobertas, nossas palavras, nossas ações, e os reflexos das mesmas no universo em que estamos inseridos.

Devemos entender e abrir nosso horizonte, para modelos sistêmicos, escapando do conforto dos processos, onde temos o controle, mas muitas vezes não a compreensão. Cabe dentro deste preceito teorizar sobre os sistemas vivos, onde temos o exemplo do homem que mirava uma árvore, mais do que caule, raízes, galhos e folhas, descobria vida, insetos, oxigênio, nutrientes, alimento, sombra, proteção, energia, uma síntese de integração.

O princípio para esta abertura é ver o todo, e antes de fracioná-lo entender sua conexão, interatividade, integração. Devemos ver o impacto global de nossa existência individual, nunca esquecendo que vivemos ciclos contínuos, renovação.

Um obstáculo para a expansão este pensamento é a clara e objetiva descoberta da interdependência, do fato de que mesmo sem o controle por parte de nossas ações, que nosso planeta flui em um processo vivo, se adaptando, transcendendo, progredindo, transgredindo padrões, evoluindo.

O pensamento voltado aos processos e não as estruturas, nos dá a ferramenta essencial para poder entender o princípio, os porquês e o caminho possível para esta evolução, conseguindo assim delinear a tênue e interlaçada margem entre o pensamento clássico cartesiano e o sistêmico totalmente integrativo, plotando o objetivo mestre das sociedades modernas, das mentes que buscam a perpetuidade no futuro: o desenvolvimento sustentável, a busca do equilíbrio.

Autoria do resumo: Cléber Agnaldo Arantes

Eis um pequeno trecho:

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Teoria da Conspiração



Vale a pena conferir este livro de Armindo de Abreu... Eis um pequeno trecho...

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“Informações reservadas aconselham cautela até o ano de 2002. Pelo menos.Nascido em língua alemã, no século XVII, Gottfried Leibnitz demonstrou que tudo aquilo que existe, existe como consequência de alguma causa, não por leviandade. Bem antes disso, lá pelo século V a.C., nascido em Estagira, Aristóteles não demonstrou, mas sustentou que tudo que existe, existe dotado de alguma finalidade. Assim, por artes de Aristóteles e Leibnitz, estabeleceu-se que os acidentes de cada uma de nossas vidas não são acidentes coisa nenhuma: acontecem por alguma razão e visando objetivo preciso. De onde se segue que se inventou o conceito de paranoia para iludir pios, convencendo-os de que os males que porventura os assaltem devem ser creditados à má fortuna. Deslavada mentira. Tudo, rigorosamente tudo que interfere em nossas existências deve-se à iniciativa de alguém tendo em vista resultados muito claros. Na maioria das vezes, tais resultados são escusos. Fique tranquilo, faz todo sentido viver assustado”.

(Insight-Inteligência nº 10)

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Para mais, visite:
http://www.armindoabreu.ecn.br

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Conto: QUEM SOU EU? QUEM É DEUS?




Este conto foi um divisor de águas em minha vida... Agradeço a Deus por tê-lo encontrado e o autor por ter escrito... Não concordo com tudo, mas ele mudou minha vida! Leia e retenha o que for bom!


Dica de Filme

PI Movie

A matemática pode ser fascinante, e também assustadora

Realizado de maneira independente em 1998, PI é um dos filmes mais angustiantes e fascinantes dos últimos tempos. Não é bem terror, mas assusta. Está mais para uma mistura de suspense, drama e ficção científica, com um roteiro mirabolante que mistura referências matemáticas a Leonardo DaVinci e Arquimedes com a Torá (a Bíblia judaica), a Bolsa de Valores, conspirações, perseguições e até a Arca da Aliança, aquela que guarda os 10 Mandamentos que Deus entregou a Moisés. E, como o título já entrega, também fala sobre o Pi - porém sem nunca ser chato ou técnico demais. Saber um mínimo sobre matemática é pré-requisito para desfrutar melhor deste filme cult e esquisito visualmente, mas quanto menos o espectador souber, mais surpreendido ficará...
Eu, como todas as pessoas "normais", sempre achei a matemática uma coisa chatíssima.Mas não é. Os professores é que nos ensinavam de uma forma chata na escola. A matemática pode ser, sim, fascinante. Veja, por exemplo, a Proporção Divina, um pequeno número (1,618) que estaria intimamente ligado à perfeição do universo. Quem leu o livro O CÓDIGO DA VINCI, de Dan Brown, certamente aprendeu mais sobre ela. Por exemplo: se você dividir o número de fêmeas pelo número de machos em uma colméia de abelhas, sempre chegará ao mesmo número: 1,618, a Proporção Divina. Se pegar uma concha em formato de espiral e calcular a razão de cada diâmentro de uma espiral para a seguinte, chegará novamente ao 1,618. E a coisa vai além: a divisão da altura de uma pessoa pela distância entre seu umbigo e o chão dará novamente o mesmo valor de 1,618! Por isso o nome "Proporção Divina".

Tão fascinante quanto a Proporção Divina é o Pi, o objeto de estudo do filme americano dirigido por Darren Aronofsky. Pi é o valor da razão entre a circunferência de qualquer círculo e o seu diâmetro. Também é uma das mais antigas constantes matemáticas conhecidas (fala-se do Pi em relatos feitos pelos antigos gregos, há mais de dois mil anos). Um círculo é, provavelmente, a forma geométrica mais perfeita e simples conhecida pelo homem. Como o Pi não é uma fração, não existe uma forma de descobrir seu valor exato. Na escola, aprendemos apenas que Pi é igual a 3,14 - e já basta para os cálculos das aulas de matemática e física. Já em cálculos científicos, usam-se mais dois números após a vírgula: 3,1416. Apenas em cálculos matemáticos mais complexos os dígitos após a vírgula somam 10!

Praticamente desde que o Pi existe, matemáticos e pesquisadores de todo o mundo têm dedicado muito tempo a calcular e descobrir mais e mais dígitos possíveis após a vírgula, transformando o valor de Pi em um número monstruoso, quase surreal. Um dos primeiros recordes ligados ao Pi foi registrado em 1874, quando o matemático William Shanks revelou, após cálculos manuais que levaram mais de 15 anos, ter chegado a 707 dígitos após a vírgula no valor do Pi. Hoje em dia, com calculadoras científicas e supercomputadores, podemos facilmente chegar a um número enorme para o Pi, como 3,141592653589793238462643383279502... e lá vai pedrada. Para você ter uma idéia, em 1999 os matemáticos Kanada e Takahashi, usando um poderoso computador, calcularam um total de 200 bilhões de dígitos após a vírgula do Pi!!! Pode? São 20.000.030.841 zeros, 19.999.914,711 uns, 20.000.136.978 dois e por aí vai...

Sendo um número infinito, muitos matemáticos se dedicam também a pesquisar os incalculáveis dígitos do Pi em busca de um padrão, um número perfeito que seria a resposta para tudo o que existe no Universo - mais ou menos como a Proporção Divina. E é aí que entramos no enredo de PI, o filme. Max Cohen (interpretado por Sean Gullette, também co-roteirista juntamente com Aronofsky) é um matemático genial que dedica suas pesquisas e sua vida a descobrir um padrão numérico que explique a existência da vida. Em narrações em off que pontuam todo o filme, Max expõe suas teorias. Logo no início, faz uma anotação pessoal:

"Eu reassumo minhas posições:
1- A matemática é a língua da natureza.
2- Tudo o que existe pode ser representado e entendido por números.
3- Se você criar gráficos dos números de qualquer sistema, padrões surgirão
4- Existem padrões em todos os lugares da natureza".

Max é um sujeito esquisito: declarado gênio aos 16 anos de idade e phD em matemática aos 20, é capaz de realizar complicadas operações matemáticas de cabeça, em segundos, transformando-se na alegria de uma criança que mora no mesmo prédio que ele - e que adora formular questões complicadas usando sua calculadora só para ouvir Max dizer o resultado em poucos segundos. O matemático dedicou sua vida a construir, no seu apertado e claustrofóbico apartamento de Chinatown, um supercomputador com poder para calcular padrões e variantes numéricas. Seu sonho é descobrir um padrão por trás das cotações da Bolsa de Valores. Numa das muitas referências históricas do filme, o nome do supercomputador de Max é Euclid, homenagem ao matemático grego Euclides de Alexandria, que viveu entre os anos de 330 e 270 antes de Cristo e é considerado o pai da Geometria.

Além de ser completamente obcecado pela matemática, ao ponto de ver números em qualquer lugar (mesmo numa volta do seu apartamento até um café próximo), Max também é um sociopata que não suporta relacionar-se com as pessoas, tem 10 trancas na porta da frente do seu apartamento e evita sair de casa. Ou seja: a maior parte do filme se passa no pequeno e escuro apartamento do matemático, que lembra muito BRAZIL - O FILME, de Terry Gilliam, por ser repleto de fios, tubos e terminais por toda a parte. Na porta ao lado mora uma vizinha bonitinha, Devi (Samia Shoaib), que sempre tenta ser simpática e sociável com Max, mas ele sempre foge, fechando-se em seu casulo de solidão e antipatia.

O único amigo do rapaz é um velho matemático (claro!), chamado Sol Robeson (interpretado por Mark Margolis, uma cara conhecida do cinema americano, que apareceu também no trabalho posterior de Aronofsky, RÉQUIEM PARA UM SONHO). Sol abandonou a matemática depois de sofrer um derrame exatamente quando buscava um padrão nos dígitos quilométricos do Pi. Ele passa os dias acompanhado de seus peixinhos de aquário, batizados com o nome de matemáticos da Antigüidade (como Arquimedes), e jogando partidas de Go (um milenar jogo de tabuleiro oriental) com Max. Durante as partidas, ambos discutem suas teorias matemáticas. Para piorar ainda mais a situação do nosso personagem principal, Max também é um sujeito doente. Como ele mesmo explica: "Aos 5 anos, minha mãe me disse que não devia olhar para o sol. Aos 6, eu olhei. Mesmo que a claridade incomodasse, eu continuei olhando". Resultado: após ficar dias no hospital sem poder enxergar, ele acabou com problemas permanentes, sendo torturado por uma forte enxaqueca, que resulta em ataques violentos de dores de cabeça, tremedeiras, sangramento nasal e até alucinações. Isso descontando o fato do sujeito ser paranóico compulsivo e ter mania de perseguição!

Certo dia, enquanto carrega seu supercomputador com centenas de indicadores de Wall Street, Max provoca uma pane no sistema. Antes da máquina pifar, ela exibe no monitor e imprime um monstruoso (e misterioso) número com 216 dígitos - que, na verdade, num imperdoável erro dos produtores, saiu com 218 dígitos! Para quem ficou curioso, o tal número é

9414324343151265932105487239048682851291
3474876027671959234602385829583047250165
2325259296925727655364363462727184012012
6431475463294501278472648410756223478962
6728592858295347502772262646456217613984
829519475412398501

Além desta equação misteriosa, o computador também imprime cotações impossíveis para a Bolsa de Valores. Furioso com os resultados, que considera malucos e improváveis, Max pensa que tudo não passa de um "bug" no sistema e joga fora a folha impressa, numa lixeira no parque da cidade.

A partir de então, a vida do matemático vira um inferno. Ele começa a ser azucrinado por Marcy Dawson (Pamela Hart), representante de uma das firmas de corretores de Wall Street, que passa a lhe telefonar praticamente todos os dias querendo marcar uma reunião - e Max, como sujeito anti-social que é, foge do encontro como o diabo da cruz. Além disso, Max também conhece um pesquisador judeu chamado Lenny Meyer (Ben Shenkman, outro que voltou em RÉQUIEM PARA UM SONHO). Como Max, Lenny também é um matemático que tenta encontrar padrões numéricos, só que seu alvo de pesquisa é a Torá, o livro sagrado judaico. Num encontro no café que Max freqüenta nas raras vezes em que sai de casa, Lenny explica ao matemático que a Torá também é formada por padrões de números, e que ele e sua seita esperam encontrar, nestes números, uma resposta para as perguntas que afligem a humanidade - tipo, "quem somos?", "de onde viemos?", "para onde vamos?".

Finalmente, Max percebe que o tal número de 216 dígitos que ele imprimiu pode ser algo mais sério e perigoso do que um simples bug de computador. As cotações da Bolsa que ele acreditava serem impossíveis, por exemplo, logo se transformam em uma dura realidade. Max tenta desesperadamente recuperar o papel que jogou no lixo, mas não o encontra mais. Então ele se dedica, de forma obcecada, a reencontrar o número misterioso. No processo, passa a sofrer com alucinações - vê pessoas sangrando no metrô e cérebros na pia do banheiro! Também começa a acreditar que está sendo perseguido, não só pelos investidores da Bolsa e pelos judeus, mas também por todas as pessoas ao seu redor, que parecem dirigir-lhe olhares acusatórios. Paralelamente, seu amigo Sol o adverte para que interrompa imediatamente sua pesquisa, pois ela pode provocar terríveis conseqüências.

É claro que Max não escuta o veterano matemático e aceita a doação de um novo e poderoso chip de computador pela empresa que Marcy representa. Com o Euclid reconstruído, o matemático chega, mais uma vez, ao número de 216 dígitos, e com isso sua vida passa a correr perigo. Acontece que o tal número é, segundo explicam os judeus, o verdadeiro nome de Deus. Em sua busca por um padrão numérico, Max pode encontrar a loucura e a morte.

PI é um filme fascinante. Com a maior parte da história acontecendo no interior do minúsculo apartamento de Max, e sempre com poucos personagens em cena (às vezes somente o atormentado matemático, numa excelente interpretação de Gullette), o filme passa uma sensação terrível de angústia e claustrofobia, ressaltada pela brilhante fotografia em preto-e-branco granulado, à la ERASERHEAD, de David Lynch. Mesmo aqueles que continuam achando a matemática uma coisa chata ficarão ligados na história, pois a edição frenética do filme (repetida pelo diretor em RÉQUIEM PARA UM SONHO) praticamente bombardeia o espectador com imagens das mais variadas possíveis, supercloses, cortes rápidos e uma câmera sempre em movimento, embalada por música eletrônica. Para melhor representar os delírios de Max, por exemplo, o diretor chegou a amarrar uma câmera portátil ao corpo do ator, garantindo alguns movimentos fabulosos nas andanças do anti-herói pelas ruas cinzentas da cidade.

Além de Aronofsky e Gullette, Eric Watson também colaborou no intrincado roteiro, que foi concebido em oito meses e cita Pitágoras, Arquimedes, Pi, DaVinci, economia, religião e loucura de forma bizarra, porém sempre acessível e descomplicada, quase didática e na maioria das vezes fascinante, tragando o espectador para dentro daquele universo de pesadelo onde Max Cohen vive. Infelizmente (sempre há um "porém"), o roteiro perde um pouco o rumo nos 15 minutos finais, quando dá uma de MATRIX e fica propositalmente confuso e pretensioso. Pior: termina preguiçoso, inconcluso, sem moral da história, permitindo tantas conclusões de cada espectador quanto os dígitos existentes após a vírgula do Pi. A mensagem mais forte que pode-se tirar da última cena é que "a ignorância é uma bênção". Mas isso não serviu para mim: depois de acompanhar a odisséia de loucura de Max por 1h20min, eu esperava pelo menos uma conclusão mais interessante; com todas as várias possibilidades existentes para terminar a história, os três roteiristas optaram pela mais aberta e boba.

Claro que é pouco, muito pouco para desqualificar PI. Em tempos onde os filmes são feitos para os "não-pensantes", que só querem comer sua pipoquinha e sair do cinema sem dúvidas ou questionamentos, PI é maravilhoso justamente por deixar o espectador com milhares de dúvidas e, principalmente, muito curioso. Sempre existirão aqueles que vão pensar: "Ah, eu sou burro, não entendi nada, então este filme é uma merda". Outros, como eu, vão ficar tão fascinados com o que viram que sairão em busca de material para entender melhor o filme - como aquelas explicações sobre o Pi que eu coloquei no início deste texto, e que só fui descobrir pesquisando após me encantar com o filme de Aronofsky.

Muitas coisas que acontecem em PI e não são explicadas podem gerar dezenas de interpretações diferentes, variando de espectador para espectador. É o caso das formigas que começam a invadir o apartamento de Max tão logo ele chega ao misterioso número, ou ainda uma substância melequenta que o matemático encontra nos chips de seu supercomputador em determinado momento da trama. Navegando pela Internet, você pode encontrar as mais bizarras teorias tentando explicar o filme (alguns defendem que tudo o que acontece é uma alucinação da cabeça de Max). Tem também aqueles que defendem que o número de 216 dígitos não tem nada a ver com Deus, mas sim com o diabo, já que 216 é o resultado da multiplicação de 6x6x6 - sendo que todos nós, fãs de horror, sabemos que 666 é o "número da Besta". São detalhes riquíssimos, de forma que cada vez que você reassiste o filme, acaba descobrindo coisas novas. No fim, tire suas próprias conclusões!

PI foi feito com a bagatela de 60 mil dólares, de forma completamente independente. A grana foi recolhida com contribuições de 100 dólares feitas por amigos e familiares, sendo que os produtores prometeram que, se o filme desse lucro, todos receberiam um cheque de 150 dólares como recompensa - o que aconteceu em poucas semanas. A obra estreou mundialmente no Festival de Sundance (um dos mais importantes para filmes independentes). De cara, ganhou o prêmio de Melhor Direção, surpreendendo Aronofsky - que já estava felicíssimo só por conseguir exibir seu filme no festival. Depois, PI transformou-se definitivamente em "cult movie" - chegando ao Brasil com um atraso vergonhoso de seis anos, em 2004, e mesmo assim sendo pessimamente distribuído pela Europa Vídeo, tanto que é difícil de encontrar nas locadoras. O filme é dedicado ao ator Stephen Pearlman, que interpreta o Rabi Cohen e faleceu logo após o final das filmagens.

Com seu trabalho em PI e no posterior RÉQUIEM PARA UM SONHO (que é um drama sobre usuários de drogas, mas com algumas cenas tão fortes e chocantes que podeira muito bem ser filme de horror), Aronofsky já se inscreve entre os diretores mais criativos e geniais da nova geração. Seu nome chegou a ser cogitado para dirigir duas produções mais convencionais para grandes estúdios, as adaptações cinematográficas dos quadrinhos WATCHMEN, de Alan Moore (algo que eu, sinceramente, considero infilmável) e a nova seqüência das aventuras de Batman, BATMAN BEGINS. Felizmente, o sujeito mostrou que não é bobo nem nada e pulou fora. Há pelo menos três anos, Aronofsky tenta viabilizar um projeto chamado THE FOUNTAIN, uma história mirabolante que se passa no passado, no presente e no futuro, e que seria, originalmente, estrelada por Brad Pitt. Porém, alegando "conflitos de idéias", o astro largou o projeto para estrelar o péssimo TRÓIA e Hugh Jackman entrou em seu lugar.

Como eu já disse no início do texto, PI não é exatamente um filme de horror. Ninguém morre, não há monstros, não há assassinos mascarados e a violência é praticamente inexistente - embora exista uma cena bastante perturbadora envolvendo uma furadeira e uma cabeça. Mesmo assim, em seu universo de números, teorias e conspirações, PI pode até não assustar, mas consegue deixar o espectador num estado de permanente angústia, desconfortável com os rumos que a história toma, numa verdadeira jornada direto à loucura, quando o personagem principal descobre que decodificar aquele misterioso número de 216 dígitos não lhe trará mais sabedoria ou inteligência, como ele inicialmente acredita, mas sim apenas o caos, puro e simples. O roteiro evolui de forma frenética e aterrorizante, com as crises de Max ficando cada vez mais fortes e violentas, e deixando o espectador cada vez mais perdido.

E é simplesmente fantástico como uma história sobre números e um apartamento apertado e escuro pode ser mais impressionante e assustadora que qualquer baboseira sobre demônios e monstros feita nas últimas décadas! Assista de cabeça aberta...

por Felipe M.Guerra

Link do Trailer:

Dica de Filme

13o. Andar, O - (1999) - 13th Floor, The

É melhor subir até o 13º Andar do que entrar na Matrix. Vale a pena comparar as duas ficções científicas, que guardam aspirações bastantes similares e discutem as dúvidas existenciais humanas de maneiras radicalmente opostas. Enquanto os irmãos Wachowsky se contentaram em usar o mito da caverna de Platão como uma mera desculpa para cenas de ação e efeitos especiais, o 13º Andar foi muito além disso. Originado do clássico da literatura cyberpunk "Simulacron 3", de Daniel Galouye, o filme - tal qual o livro - é um primor de qualidade narrativa, envolvendo o espectador numa trama complexa, instigante e inesperada. A história começa quando o programador de computadores Douglas Hall decide investigar a misteriosa morte de seu mentor Aaron Fuller, os dois estavam trabalhando na construção de um mundo virtual, uma réplica da Los Angeles da década de 30. A partir daí uma série de eventos leva Hall a descobrir verdades que ele gostaria de nunca ter descoberto, revelar mais que isso estragaria o prazer de assistir o filme. O diretor Josef Kurznak consegue criar um clima instigante durante todo o filme, e um mistério cada vez maior a medida que o herói se aproxima da verdade. O terceiro ato chega a causar desconforto pela tensão cada vez mais crescente. O elenco não decepciona. De Graig Bierko a Gretchen Moll, passando pelo indicado ao oscar Armin Muller-Stahl e pelo talentoso Vincent D´onofrio, que consegue personificar dois tipos bem diferentes sem a menor dificuldade. Há também vários elementos de filme noir, que vão desde a fotografia de Los Angeles da década de 30(muito bonita) até os personagens, que são os arquétipos clássicos do gênero.( O detetive durão, a femme fatale, o barman). Há outra qualidade nos diálogos bem compostos do filme, que questiona o porquê da nossa existência? para onde vamos? o que é a alma humana?.O protagonista torna-se um perfeito estudo antropológico da condição humana, quanto mais próximo da “verdade” o herói chega, mais inviável se torna sua própria existência. Se o espectador se der ao trabalho de parar para pensar nas circunstâncias por uns momentos verá que o 13 andar é muito mais que um thriller de ficção-científica/suspense bem trabalhado. E é aí que 13º Andar supera matrix, enquanto a filosofia de matrix se perde entre explosões e kung-fu, o 13 Andar expõe filosofia de uma forma sútil, quase subliminar. O 13º Andar consegue ser filosófico sem ser explícito ao expor a sua filosofia, exigindo mais do espectador. É um filme que pode ser entendido em vários níveis. O espectador não precisa ficar procurando "mensagens" no filme, o próprio filme se encarrega disso. Matrix, por outro lado, tenta validar sua pretensa filosofia desesperamente através de inúmeras referências e diálogos, colocados quase como pistas, apenas para que o espectador se sinta o próprio Platão ao perceber as tais referências( Ohh! Têm uma frase do Socrátes na porta da casa do Oraculo!) e nesse processo o filme acaba descambando para a auto-ajuda. Ao terminar de ver o 13º Andar o espectador pensa sobre o seu próprio destino e a existência humana. Já em Matrix a única lembrança que fica é a de Neo se desviando de balas. Diante dos efeitos especiais absurdos de Matrix, qualquer pretensão mais profunda é eclipsada, e que sobra são lutas e efeitos especiais feitos sob medida para garotos de 16 anos. Em suma, Matrix é para crianças, o 13º Andar é para adultos.

por daniel dutra

Link do Trailer: