sábado, 14 de julho de 2018

SIMPLES ASSIM...

Por Laís Rocha
Adolescente, muitos planos... A faculdade era prioridade, então namoro só depois do vestibular, e vestibular em faculdade particular nem sonhar, meus pais não tinham condições financeiras. 

Matriculei em um cursinho pré-vestibular, menina séria de família, rsrsrsrs. Nascida em cidade do interior, meus pais mudaram para capital, para fazer de sua filha uma médica. (Que responsabilidade a minha), por isto namoro agora não. Meu pai levava e buscava na escola. 

Havia um rapaz, cabelos claros, barba preta, calças ("boca de sino"), todas as vezes que chegava no bebedouro ele está por perto, ingênua eu... tinha medo de rapazes que se envolvia com subversão e para mim aquele tinha cara, rsrsrsrs. 


Passei no vestibular, pintei uma faixa no cabelo era o trote da época. Sai com uma amiga, e lá estava o moço do cursinho, e queria falar comigo fiquei amedrontada minha amiga percebeu entrou no carro e quando ia chegando próximo ela deixava o carro descer um pouco mais, e o rapaz tinha tempo de falar comigo, conhecia tudo da minha vida, que meu pai me levava e buscava no cursinho... 

Que também apaixonou pelos meus pés, calço 33, em fim tudo de mim e do meu procedimento. E falou: "olha não sei se terei chance de te ver outra vez. CASA COMIGO". Quase cai de susto, aí então pensei não é subversivo. Usa drogas... só pode ... Para me livrar marquei um encontro naquele lugar ("Chafariz" na praça universitária) para próxima semana, o coração queria sair pela boca. Não fui. 

Passaram uns meses voltei ao cursinho para sanar umas dúvidas de matemática e em outro horário, ao subir as escadas quem descia? O rapaz. Oi, qual seu nome completo, perguntou, na verdade porque tinha esquecido completamente, homens... rsrsrsrs, você não foi ao encontro. 

Conversamos me perguntou de onde eu era, respondi, e ele falou que tinha parentes lá e eu conhecia (gente boa, que gostava muito). Remarcamos o encontro, e realmente queria me namorar não na rua, mas em minha casa. Era o meu primeiro namoro, foi em minha casa, conheceu meus pais, levou o pai dele, gostei senhor simples de fazenda mas me parecia honesto, continuamos o namoro queria me beijar mas eu fui clara "só vou beijar o rapaz que vou casar" e não sei se é você "levantou e saiu, contei para minha mãe e ela disse, ele não volta mais aqui. 

Mas voltou... nunca havia namorado, então nunca tinha beijado, e ele insistia. Em fim chegou o dia do tão sonhado beijo, namoramos, noivamos e nos casamos em 25/02/1978. 

Quarenta anos, quatro meses, duas semanas e cinco dias de casados. Nossa, quatorze mil setecentos e quarenta e nove dias ao todo... Parece muito, nada. Um piscar de olhos. 

Li outro dia que hoje os casamentos não duram porque com a modernidade tornou mais fácil, trocar, descartar que consertar. Consertar da trabalho, dói, mas tem um gostinho de vitória, hoje o coração não está mais para grandes emoções, tipo furacão, hoje a brisa suave é tão gostosa, ver TV de mãos dadas procurar a mão do outro embaixo do travesseiro e apertar e sentir que estamos aqui juntos, fingir estar dormindo quando os filhos chegam só para abri os olhos junto e dizer: Papai e mamãe estão aqui, rsrsrsrs. 

Orar de mãos dadas todas manhãs valeu a pena, valeu a pena o perdão a renúncia, valeu a pena, recomeçar tudo, quando tudo parecia não ter mais solução, consertar vale a pena principalmente quando o autor do conserto é Deus. 

Quando tudo parece desmoronar, sentimos que não estamos só, cordão de três dobras não arrebenta fácil. Jesus é a liga, o amálgama do conserto. Nesses quarenta anos muitas vezes trincou, rachou, mas o Mestre do conserto juntava tudo, passava o bálsamo de Gileade, e, tudo novo de novo, novo começo, novo conserto. 

Foram assim os trinta e oito anos, e será até o fim porque temos a promessa que aquele que começou a boa obra vai terminar até a volta de Cristo. Jesus. 



As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente o desprezariam. (Cânticos - 8:7)

Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para a conservação da alma. (Hebreus - 10:39)


O amor é uma decisão, e nós decidimos ir até o fim. O início de tudo a 40 anos...

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