domingo, 11 de setembro de 2011

Céu e Inferno

“Filho”, disse, “no seu estado atual você não pode compreender a eternidade: quando Anodos olhou através da porta do Eterno ele não levou de volta qualquer mensagem. Mas você pode obter uma semelhança dela se disser que tanto o bem como o mal, quando plenamente desenvolvidos, se tornam retrospectivos. Não só este vale, mas todo o seu passado terreno terá sido Céu para os que são salvos. Não só o crepúsculo naquela cidade, mas toda a sua vida na terra também, será vista então pelos condenados como sendo o Inferno. É isso que os mortais não entendem. Eles dizem a respeito de um sofrimento temporário: ‘Nenhuma bênção futura poderá compensar-me disso’, sem saber que o Céu, uma vez alcançado, irá operar retroativamente e transformar até mesmo essa agonia em glória. E quanto a algum prazer pecaminoso dizem: ‘Deixe-me ter apenas isso, e aceito as conseqüências’: sem ter idéia de como a condenação retrocederá para o seu passado e irá contaminar o prazer do pecado. Ambos os processos começam mesmo antes da morte. O passado do homem bom passa a modificar-se de forma que seus pecados perdoados e sofrimentos lembrados tomam a qualidade do Céu; o passado do homem mau já se conforma à sua maldade e está cheio apenas de miséria. É por isso que, no fim de todas as coisas, quando o sol nascer aqui e o crepúsculo se transformar em trevas lá, os Santos dirão: ‘Jamais vivemos em lugar algum exceto no Céu’, e os Perdidos, ‘Sempre estivemos no inferno’. - O Grande Abismo, C.S. Lewis

Um comentário:

  1. Que linda mensagem, quero que meu passado tenha sido o céu. E dizer que jamais vivi em um lugar que não fosse o Céu.
    Me fez refletir. O QUE É, É.

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